sexta-feira, 5 de março de 2010

SOU PACÓVIO PORQUE SOU PORTUENSE PATRIMÓNIO MUNDIAL

"Sou da terra em que o PoBo troca os V pelos B, mas não troca a servidão pela liberdade"
almeida garrett

Engraçado, se este homem existisse hoje era o Presidente vitalício da CMP e uma arma e um "barão" assinalado que de certeza  não deixaria decapitar em praça pública, nenhum dos seus membros do Norte e mandava repôr a Berdade e não a verdade, nesta cidade que é uma espécie de roupa interior, aconhegada ao corpo  na desmesurada medida das dimensões de qualquer portuense.

Nunca deixei de ser  pacóvio portuense com muito orgulho.
 Faço parte dos anónimos que lutaram pelo interesse de se ser liBre e a cidade do Porto é um exemplo fértil na luta pela Liberdade.

Sinto-me bem, porque dependo de muitas ideias da cidade e da neblina que depois de atravessar o Rio Douro vai colina acima de encontro ao granito e entra nas vielas, nas calçadas, nas escarpas e nas ruas que orientam esta gente a ter como Padroeiro S.João Baptista.


(foto de um manequim plástico na rua dos caldeireiros)

Cheiro a fumo das tascas que fritam as iscas e das Tripas -á-moda do Porto do bucho e do bacalhau frito. Tenho a voz das vendedeiras que gritam na rua, no Bolhão e no Bom Sucesso os  peixes que enlutaram as zonas ribeirinhas e antes de desaguarem no Atlântico, ainda como bom tripeiro cumprimento as Palmeiras da Foz e olho com orgulho para a Cantareira, na procura de um Chico que tanto pode ser puto esperto como fininho.

(Foto Mercado do Bom Sucesso)
Cheiro a pão  ou "mulete" repudiando as invazões francesas e procuro o Duque O Salvador que da Ribeira sua casa, recolhia os vivos e procurava os mortos nas águas que de quando em vez engole fácil as distrações de uma gente que também tem as suas fraquezas.


(foto da Cantareira/Foz)

Cheiro  a "broa" que se acompanha com tudo e com todos na sardinha assada que por ser "boa" se derrete na sua gordura e deixa no ar o cheiro para muitos e o paladar para alguns.

Cada vez mais tenho orgulho em ser de granito e dizer que sou portuense e que tenho a Alma entregue a uma fatia desta gente humilde de ser simples, orgulhosa por ser humilde, humilde porque honrada, honrada porque trabalhadora.


(foto de manequim na rua do pinheiro)


O meu pulsar é ao ritmo dos cinzeladores de D.João IV, de Santos Pousada, de Campanhã e do Bonfim, minha freguesia de nascimento que só pelo nome, vale a pena ser de lá.
Recordo e vejo ainda o andar apressado e vaidoso das costureiras que atravessavam Sá da Bandeira para Santa Cartarina e atiravamm aquele olhar penetrante como uma agulha que perfura lentamente uma saia ou uma calça que das costuras em pano fino calejaram seus dedos, instrumento de trabalho.



Por vezes sinto-me perdido por alguma confusão e, nestes dias de perdição, desenho as pessoas da minha cidade, procuro-as nas varandas de ferro forjado com as janelas de madeira pintadas a vermelho ou azul. Reparo nas fachadas e vejo ainda as portas altas de muitos edificios que são só do Porto. Herança do passado que aos poucos se vai tornando numa arena de sucata e que de tanto sofrimento ainda se ouve no coração dos tripeiros o gemer constante da saudade.



Os meus passos, esteja eu em que cidade fôr, levam-me sempre a esta única reliquia que tenho: a minha cidade do Porto
A minha alma que se levanta e se deita comigo, aponta-me o caminho da liberdade porque faz parte da Alma da cidade do Porto.

Por isto e por tudo nunca aceitarei a destruição de qualquer parte do corpo da minha cidade.

Sou Pacóvio. Salgueirista porque sou Portuense. Faço parte do povo da cidade do Porto Património Mundial


Vivo na cidade da Liberdade, por isso sou LiBre

BIBA A CIDADE DO PORTO